15 de jun. de 2009

Twitter e Ahmadinejad: Um marco na história das comunicações



Foi um tweet que levou ao mundo, nesse último fim de semana, a notícia da confirmação da vitória de Ahmadinejad nas eleições presidenciais do Irã.

Com isso, um marco importante na história das comunicações ganha vida: pela primeira vez, uma notícia de importância internacional foi dada pela Internet, em primeira mão, por pessoas, indivíduos, internautas, anônimos ou não. Para ser mais específico, pelo Twitter.

Chega a vez em que a nova mídia bate a velha mídia. E quem mais sentiu o golpe foi a americana CNN, que detém (ou detinha) a reputação de sempre dar notícias com exclusividade, como por exemplo o 11 de Setembro, a operação Tempestade no Deserto, entre outras. (Veja mais no site do Mashable, em inglês)

As vias tradicionais de divulgação de notícias, sejam elas os maiores jornais do mundo e seus sites, agências de notícias, rádios e televisões levaram do Twitter, usando o jargão jornalístico, um inusitado furo de reportagem.

Por mais irrelevante que o fato de a velha mídia perder para a nova possa parecer, trata-se de um fenômeno que certamente mudará (e já está mudando) a forma como as pessoas se comunicam.

Trata-se ainda de um movimento nunca antes visto pela humanidade: a capacidade de qualquer pessoa, em virtualmente qualquer lugar, poder gerar notícias, conteúdo e tudo o mais que possa interessar a uma terceira parte, independentemente do lugar de onde esta esteja recebendo a informação.

Não só as empresas de comunicação, mas também qualquer empresa ou organização -- grande, média ou pequena -- deverão se preparar para essa mudança e se dedicar a uma reflexão de como isso poderá impactar suas estratégias de negócios.

Cada vez mais, o boca-a-boca, o tweet-a-tweet terão peso em escala nas decisões de compra, na formação de opinião, na percepção de marcas por parte de consumidores em todo o mundo.

É certo que aqueles que puderem vislumbrar esse futuro e antecipar tendências e direções sairão na frente nessa nova corrida cibernética.

Ainda há muito mais por vir. Afinal, a velocidade da luz já está mesmo ficando para trás.

Preparemo-nos para a Nova Era. E que ela seja muito bem-vinda.

7 comentários:

Anônimo disse...

No artigo citado como fonte (Mashable) não é mencionado que "pela primeira vez, uma notícia de importância internacional foi dada pela Internet, em primeira mão, por pessoas, indivíduos, internautas, anônimos ou não.". Até porque isso não é verdade, pois isso já havia ocorrido antes, como se pode ler aqui: http://www.telegraph.co.uk/scienceandtechnology/technology/twitter/4806238/Amsterdam-plane-crash-Twitter-social-media-and-the-anatomy-of-a-disaster.html

Rodrigo Marques Barbosa disse...

Obrigado pelo seu comentário, apesar de tê-lo feito anonimamente (o que é ilegal no Brasil -- não sei quanto a Mountain View).

A fonte citada (Mashable) serve apenas como referência no texto. No caso, ao próprio episódio das eleições no Irã e à função social do Twitter.

O trecho a que você, Anônimo, se refere é de minha autoria. Não 'quotei' o Mashable. Este é só uma base ao todo no artigo.

O episódio 'Irã e Twitter' é emblemático, é um marco, um milestone, ao contrário do evento referido por você através do link no seu comentário (acidente aéreo).

Além de eu ter utilizado uma figura de linguagem no título do post (marco), note que a repercussão deste fato que está na pauta de todos os jornais do mundo é de outra magnitude.

Tanto é que, caso não saiba aí no Vale do Silício, o Twitter está postergando hoje a manutenção dos seus sistemas justamente para não atrapalhar as manifestações de protesto vindas do Irã, neste que é um delicado momento da história contemporânea daquele país.

Espero que eu tenha explicado as figuras de linguagem, metáforas, hipérboles que usei no texto.

Volte sempre e seja bem-vindo. Mas, em respeito à lei brasileira e aos leitores deste blog, não seja anônimo na próxima vez.

Marta Fernandez disse...

Creio que esse evento represente o primeiro grande momento da Web2.0, conceito que define a participação das pessoas como agentes de criação, independente do conhecimento técnico.

Muito bom !

Um abraço,

Marta Fernandez

Pedro Mariano disse...

Achei engraçadíssima a caricatura. Boa montagem.

Anônimo disse...

Rodrigo,
Eu acho que as pessoas comuns, anonimas ou não, só nao faziam notícias antes porque nao tinham nem tecnologia, como existe agora! Pessoas comuns sempre tentavam se comunicar de algum forma, desde os tempos dos sinais de fumaça! kkkkk Com recursos digitais, audio e vídeos de fácil acesso, a populaçao vai "pintar e bordar". Há quem afirme que a mídia tradicional está em extinçao! Um abraço,
Tess Carneiro
New York

P.S. Seu blog da 'boiada' é muito interessante! :-D

Isabella Antela disse...

Prezado Rodrigo,

Achei meio fraco o acontecimento para ser historico…

Cabe a nos presentes empresarios, saber filtrar toda esta informacao,

E acho que o twitter ainda esta em baby steps...

Nao se empolgue muito, ainda estamos no comeco, pois a comunicao ainda vai se aprimorar , e rapido..

Acredito que mais importante do que rapides de noticias, Eh a qualidade da informacao e o poder de absorvicao de news da populacao...

Sera que as pessoas estao entendendo o que estao lendo e repassando?

Ou so querem fazer parte do moderno..

Rodrigo Marques Barbosa disse...

Prezada Isabella,

Obrigado pelo comentário. Fico muito feliz quando alguém, entre quase 10 bilhões de websites, entra no meu blog, usa preciosos minutos para ler o que escrevo e, em seguida, comenta. Thanks!

Quanto ao Twitter, penso que se trata de uma nova ferramenta que sintetiza a nova revolução das mídias. Mesmo estando nos 'baby steps', eu aposto que valerá bilhões de dólares em pouco tempo. Ou então por que o Google teria feito uma oferta generosa meses atrás? (eu tenho minhas fontes).

Quanto ao seu comentário sobre 'ler e repassar', cada um é responsável por si mesmo. Mas saiba que a notícia que dei no blog é de minha autoria, não li em nenhum lugar. Eu que inferi da situação no Irã e dei a notícia. Na verdade, muitas pessoas inclusive repassaram a notícia pra frente.

Se é fraca ou não, não foi esse o meu objetivo (ser forte). Mas sim foi ilustrar o evento do Irã como símbolo da transformação das pessoas em agentes de notícias, coisa antes delegada apenas aos jornalistas (minha profissão).

Tanto é que o próprio governo dos EUA pediu ao Twitter para suspender uma manutenção nos servidores do site a fim de não prejudicar o acesso do iranianos ao Twitter, pois estes estão usando essa ferramenta online para divulgar ao mundo o que realmente está se passando naquele país.

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