2 de dez. de 2009

Vai uma escova aí?


Comprei dias atrás uma nova escova de dentes. Paguei cerca de oito reais pela pequena peça de plástico com algumas cerdas em uma de suas pontas.

Ao chegar em casa, deparei-me com um anúncio para TV de escovas de dentes.

Fiquei a matutar sobre o quanto de escovinhas de dentes os caras teriam de vender apenas para pagar a produção daquele filme publicitário, pagar a compra da mídia (TV é caríssimo) e ainda tirar algum lucro.

Afinal, estamos falando de um volume de investimento na casa de alguns milhões de reais.

Pois bem, não foi necessário fazer muita conta para ver que vender escovas de dentes é um dos melhores negócios do mundo (não é à toa, por exemplo, que empresas como Procter & Gamble, Colgate-Palmolive, Johnson&Johnson etc. são as líderes desse mercado).

Vamos aos números.

Premissas a serem consideradas:

População brasileira: 200 milhões de pessoas.
Tempo recomendado para trocar a escova de dente: de 3 em 3 meses.
Custo médio de uma escova de dentes: R$ 5,00.

Mas antes, sejamos realistas e vamos considerar que o povo troca mesmo de escova só de, pasmem, seis em seis meses.

Assim, são 200 milhões de novas escovas a cada seis meses ou, se preferir, 33,3 milhões de escovas por mês.

Ao custo médio de R$ 5,00, estamos falando de um faturamento bruto mensal de R$ 166,5 milhões. No ano, R$ 1,998 bilhão.

Um por cento disso dá cerca de R$ 20 milhões, se for pra considerar que gastam 1% do total das vendas.

Ou seja, os caras fazem umas peças de plástico, colocam umas cerdas, embalam, distribuem, comunicam, gastam 1% do valor de vendas em publicidade e ainda embolsam bilhões de reais em lucro anualmente.

Estou a decidir se compro ações dessas empresas ou se abro uma fabriqueta de escovas de dentes.





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